“Cazuza” é uma obra de Viriato Corrêa, na qual conta
histórias de sua infância e acontecimentos existentes em meados do século XIX e
XX, em especial nas escolas e no Maranhão. Acabei lendo o livro por acaso, em
um daqueles típicos momentos de “Ah, ta. Não tenho mesmo o que fazer.”, mas
valeu a pena! Foi interessante perceber o quanto a forma de educar mudou, assim
como o pensamento das pessoas sobre isso.
Tudo começa quando Cazuza é pequeno, na idade em que ainda
se usa “roupas de menina” e deseja começar a ir para a escola. Sua vontade
surgiu por dois motivos: o primeiro é
que queria vestir calças de garoto e, o segundo
por conta das festas da palmatória, que tinham como objetivo estimular
as crianças, tornando-se, futuramente,
uma grande decepção.
Passando-se o tempo e entrando na escola, Cazuza percebe que
aquele mundo feliz e de festas não era exatamente como imaginava. As decorações
não estavam nas paredes, o lugar estava desgastado pelo tempo e não existiam
bons materiais, no entanto, existia a palmatoria, e essa funcionava muito bem. A
única consolação que teve foi a de usar as tão sonhadas roupas que, depois de
um tempo, já não sabiam se valiam realmente a pena.
“As escolas antigamente não tinham, às vezes, mobiliário que prestasse, material de ensino que servisse, professores que cuidassem das lições, mas uma palmatória, rija, feita de boa madeira, não havia escola que não a tivesse.”
Mesmo com a forte crítica relacionada a falta de
investimento na educação, Viriato consegue mostrar a importância do ambiente
escolar, mesmo que seja tão conturbado quanto aquele em que foi criado. Foi ali
que conheceu pessoas, fez amigos e aprendeu a ter valores e o conhecimento.
Em cada capítulo novas histórias de colegas e moradores da
região do Maranhão eram contadas, tendo sempre a escola como suporte. Crianças
que não tinham o que comer, pais que eram contra a alfabetização, enfim,
diversos cenários que reforçavam a importância das escolas tanto para o
conhecimento quando para o caráter pessoal.
O livro é muito completo em todos os sentidos, a educação é
apenas uma entrada para temas como o patriotismo, o trabalho digno e a
liberdade que, conforme Cazuza avança nos estudos, vão aparecendo.
Mesmo sendo um livro bem antigo (primeira publicação em 1938)
a linguagem não é difícil e a compreensão do livro é simples, mesmo com tantos
temas importantes retratados nele. Vale muito a pena ler!
Beijos, Tissa
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